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Meus textos

+2
Vitor-ISB
Renato Luiz
6 participantes

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1Meus textos Empty Meus textos Dom Mar 04 2012, 11:20

Renato Luiz

Renato Luiz

Cemitério de Esperanças

Entre todas as coisas do mundo, eu desejava apenas uma.
Como quase todo menino de catorze anos, eu era apaixonado por uma garota. Juliana e eu éramos amigos, talvez apenas colegas. Era uma garota extremamente bonita, inteligente e popular. Todos no colégio a conheciam e a adoravam. Costumava ser divertida, extravagante e sempre amigável com todos. Também falava muito, embora isso nunca chegasse a ser irritante. Tinha uma incomum capacidade de cativar as pessoas.
Eu era um garoto muito quieto e solitário, não tinha nenhum amigo. Ficava no canto da sala de aula, em silêncio, tendo como companhia apenas meus pensamentos, tristes e amargos.
Certa manhã, Juliana sentou-se na carteira do meu lado. Ao perceber a presença dela, comecei a suar frio, pois em segredo, eu nutria uma profunda admiração por ela, um fascínio diante de sua beleza e simpatia, uma paixão. Ela perguntou meu nome, sorridente, e em pouco tempo, estávamos conversando descontraídamente, como se já fôssemos amigos há muito tempo. Enquanto a olhava, não conseguia acreditar no que estava acontecendo, pois um garoto como eu conversando com a menina mais popular do colégio era algo simplesmente extraordinário. A verdade é que para Juliana, aquilo era algo absolutamente normal, pois era acostumada a ser amigável com todos. Ela nem fazia ideia do que aquele gesto simples significava para mim.
Tímido e isolado, eu passei a ver em Juliana minha única e verdadeira amiga, de um modo que ela não poderia nem mesmo imaginar. Era meu único subterfúgio, um oásis milagroso num deserto de solidão.
Naquele ano, o surgimento de um novo vírus da gripe, que ameaçou tornar-se uma terrível epidemia, causou o recesso de todas as escolas do estado. Com efeito, tivemos um mês inteiro de férias, e em seguida, dois meses exaustivos de reposição de aulas. Estudávamos de manhã e à tarde, até as sete horas da noite.
Naquela ocasião, após a aula, os alunos aguardavam ansiosamente seus pais lhes buscarem, na frente dos portões da escola. Um por um, todos foram embora, até que restaram apenas eu e a Juliana. Ao me dar conta disso, meu coração disparou. Queria muito conversar com ela, mas, mesmo que já tivéssemos conversado antes, não tinha coragem nem de olhá-la. Para aliviar minha insegurança, foi ela quem falou. Cumprimentou-me, e logo começou a puxar assunto. Em pouco tempo, estávamos conversando animadamente. A cada segundo, sentia que gostava mais dela. Os minutos transcorriam, enquanto eu desejava que minha mãe ainda demorasse muito, apenas para prolongar aquele momento sublime.
A rua escura era iluminada somente pela luz fraca e alaranjada dos lampiões. Em meio à penumbra, um homem vinha caminhando pela calçada. Era alto e magro, e parecia jovem. Tinha o rosto coberto pelo capuz de seu moletom, e vestia uma bermuda surrada. Caminhava apressado, tentando não fazer barulho com o estalar de seus chinelos. Entorpecido pela presença de Juliana, eu não percebi sua chegada. Subitamente, o rapaz se aproximou da garota, puxando um revólver da cintura. Ordenou que ela parasse de gritar e entregasse a bolsa, mas Juliana, tomada pelo pânico, cometia a atitude irracional de impedir o assalto. Apertava com força a mochila, relutando em entregá-la.
Eu apenas observava, atônito e sem reação. O tempo congelou, e a Terra parou de girar. O único som eram as batidas frenéticas do meu coração.
Faltavam poucos segundos, eu já podia ouvir o disparo contra Juliana.
Naquele momento derradeiro, tentei pensar em fazer algo, mas também estava em pânico. Numa fração de segundos, comecei a refletir.
Percebi que a minha vida era triste e vazia, e que somente quando estava perto da Juliana a felicidade parecia existir. Concluí então, que a minha vida não valeria a pena sem ela. Percebi que a amava mais do que a mim próprio. Em um impulso instintivo, empurrei Juliana com força para o lado, protegendo-a, no momento em que ouviu-se o disparo.
Senti a bala perfurar meu ombro, e uma dor lascinante tomou conta de mim. Olhei para o ombro, e a visão do ferimento golfando sangue me deu náuseas. Minha visão ficou embaçada, enxergava apenas contornos disformes, flashes coloridos... eu não conseguia respirar. Caí no chão, enfraquecido. Gritos distantes ecoavam em meu ouvido. Fechei meus olhos...

Acordei lentamente. O ombro enfaixado latejava. Me encontrei deitado num ambiente de paredes brancas. Na cabeceira da cama, havia um arranjo de margaridas alvas. Minha mãe me observava, chorosa.
- Juliana está bem? – perguntei sem demora – o que aconteceu com ela?
- Acalme-se filho, ela está bem graças à você. Não fique agitado, por favor. Ainda está se recuperando.
- Mãe, eu preciso vê-la.
- A Juliana está aqui no hospital há algum tempo, esperando que você acordasse. Foi ela quem lhe mandou estas flores. Vou chamá-la.
Minha mãe sorriu, seu orgulho estampado no rosto.
Minutos depois, Juliana entrou no quarto. Sua face irradiava felicidade e gratidão.
- Oi – disse eu simplesmente.
- Foi a coisa mais corajosa que já fizeram por mim. Obrigada.
Ela sentou ao lado da minha cama.
- Você é louco! – indagou ela repentinamente – foi sorte não ter morrido! Por que fez isso?
- Porque eu lhe amo.
O silêncio falava por si mesmo. A garota se aproximou de mim e beijou meu rosto. Foi o momento mais glorioso da minha vida.
Passamos a tarde juntos. Conversamos muito, e eu não conseguia ocultar a felicidade de estar ao lado de alguém como a Juliana, e saber que ela era grata por algo que fiz. Senti que faria aquilo de novo, pois valera a pena. As horas transcorreram rápido, e logo a noite caiu. Os pais de Juliana vieram buscá-la, me agradeceram repetidamente, emocionados e com convicção, a ponto de chorarem. Depois deu alguns minutos eu estava novamente sozinho, e abateu-se sobre a mim a solidão. Mas ao fechar os olhos, surgia na minha mente o rosto belo e sorridente de Juliana. Relembrei de todos os momentos que passei naquela tarde. Tinha sido o dia mais feliz da minha vida.

No outro dia eu acordei com minha mãe chorando.
- O que houve?
- Filho, a boa notícia é que você pode ir para casa hoje.
Eu tive medo de saber a má notícia.
- Sabe, aconteceu uma coisa... – ela hesitava.
- Diga logo!
- A Juliana. Ela, estava vindo para o hospital a pé, ela... foi atropelada.
A verdade me atingiu como uma martelada no crânio. Minhas entranhas se contorceram. Meu coração parou.
- Ela morreu – minha mãe caiu no choro de novo.
Aquilo não podia ser verdade. Era inconcebível. Depois de tudo... eu havia tomado um tiro por ela, tudo em vão... Deus ou o destino deveriam estar brincando comigo. Nunca mais veria aquele lindo rosto sorrindo para mim.
Desejei que a bala tivesse sido letal. A morte seria preferível. Eu a amava! As lágrimas escorreram livremente. Chorei como uma criança, que eu ainda era. Encostei a cabeça na parede fria. Continuei chorando. O momento mais triste da minha vida.
Depois desse episódio, levei a vida da pior forma possível. Tudo perdeu o sentido, nada mais tinha graça. Fui a pessoa mais infeliz do mundo. Casei com uma mulher insuportável, apenas para manter os costumes da sociedade.
E agora, estou deitado na cama, ao lado de uma amante, rabiscando este pedaço de papel. As lágrimas me vêm aos olhos novamente, do mesmo modo que há quinze anos atrás, enquanto eu relembro meu passado.
Esqueçam os filmes e as novelas. Tenham a certeza de uma coisa:
Tudo pode dar errado.

http://egocerebral.blogspot.com

2Meus textos Empty Re: Meus textos Dom Mar 04 2012, 11:29

Renato Luiz

Renato Luiz

Ninguém vai ler Foda-se

http://egocerebral.blogspot.com

3Meus textos Empty Re: Meus textos Dom Mar 04 2012, 11:37

Vitor-ISB

Vitor-ISB

Renato Eddard Stark escreveu:Ninguém vai ler Foda-se
dps eu leio

4Meus textos Empty Re: Meus textos Dom Mar 04 2012, 14:31

Convidad

avatar
Convidado

Eu já li esse texto.
Eu gostei muito.
Muito mesmo.Mesmo.Muito mesmo.
'-' LOL

Posso te dar parabéns pela sua obra de novo?

5Meus textos Empty Re: Meus textos Dom Mar 04 2012, 15:24

@StreetPreachers

@StreetPreachers

Eu tenho um livro (Chatonico-adolescente) inacabado.

Vou acabar postando também... Bem seu texto é realmente grande, então preciso fumar minha perna antes de tudo isso.

6Meus textos Empty Re: Meus textos Dom Mar 04 2012, 15:56

Badass

Badass

mog Belo texto.
Renato, voce é um cara inteligente Smile

estou pensando em fazer um texto comercial tambem, só nao sei se vai ficar legal pq eu viajo demais.

7Meus textos Empty Re: Meus textos Dom Mar 04 2012, 16:28

White

White

Varg Vikernes escreveu: mog Belo texto.
Renato, voce é um cara inteligente Smile

estou pensando em fazer um texto comercial tambem, só nao sei se vai ficar legal pq eu viajo demais.

vai fazer um texto Pop?

http://www.rockandtudo.com

8Meus textos Empty Re: Meus textos Dom Mar 04 2012, 16:57

Badass

Badass

White escreveu:

vai fazer um texto Pop?

talvez...
acho q nao levo jeito pra fazer texto pop, mas vai q rola né.

9Meus textos Empty Re: Meus textos Dom Mar 04 2012, 17:00

Renato Luiz

Renato Luiz

Thais ϟ escreveu:Eu já li esse texto.
Eu gostei muito.
Muito mesmo.Mesmo.Muito mesmo.
'-' LOL

Posso te dar parabéns pela sua obra de novo?

valew, quantas vezez quiser hehe ;)

http://egocerebral.blogspot.com

10Meus textos Empty Re: Meus textos Dom Mar 04 2012, 18:12

White

White

Renato Eddard Stark escreveu:
Eu era um garoto muito quieto e solitário, não tinha nenhum amigo. Ficava no canto da sala de aula, em silêncio, tendo como companhia apenas meus pensamentos, tristes e amargos.

Foreveralone

http://www.rockandtudo.com

11Meus textos Empty Re: Meus textos Dom Mar 04 2012, 18:23

@StreetPreachers

@StreetPreachers

Acho que essa melodia combina com o Texto:

12Meus textos Empty Re: Meus textos Dom Mar 04 2012, 18:29

@StreetPreachers

@StreetPreachers

[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]

Muito bom cara.

13Meus textos Empty Re: Meus textos Seg Mar 05 2012, 13:41

Álvaro Headbanger

Álvaro Headbanger

que profundo

14Meus textos Empty Re: Meus textos Qua Mar 14 2012, 14:46

@StreetPreachers

@StreetPreachers

Era uma vez uma garota que temia viver. Devido a seu medo ela empurrava e endurecia seus sentimentos, transformando-os em tijolos onde ela construía um grande muro, neste muro ela se trancou em seu próprio mundo, um mundo protegido por um muro de irrealidades, um espaço vago no tempo onde só ela estaria, onde ela seria unicamente ela, porém o espaço real que ainda permanecia vivo a sua volta sempre a agonizava com sussurros e risadas daqueles que se mantinham a sua espreita, sedentos por uma presa tão fácil.
Um dia cansada deste lugar a sua espreita, resolveu se mudar para um novo lugar, onde pude-se viver seu mundo sem perseguições, e assim aconteceu.
Neste novo lugar não haviam perseguições, nem lobos a espreita. Nada de sussurros ou risadas cortando o silêncio, mas ainda existia um problema, ela ainda se escondia no seu mundo barrada por seu muro de irrealidades.
No novo ambiente, por mais lúgubre que se torna-se com sua presença, carregava uma luz - de inicio fraca mas que aos poucos foi aumentando. Ela surgia de um garoto, as palavras dele encantavam a todos, a presença dele era indispensável e sua alma era a única que conseguia fazer o muro de irrealidades se abalar, trincar e estremecer. Ela tentou negar, e dizer a si própria que nada acontecia em seu coração, porém o dia em que os olhos dela se encontrou com os daquele garoto, ela teve a certeza, que não poderia viver sem ele, e não temia mais viver. Pondo Abaixo o muro de irrealidades, ele agora seria seu único sonho.

15Meus textos Empty Re: Meus textos Qua Mar 14 2012, 20:20

Renato Luiz

Renato Luiz

@StreetPreachers −▲═ escreveu: Era uma vez uma garota que temia viver. Devido a seu medo ela empurrava e endurecia seus sentimentos, transformando-os em tijolos onde ela construía um grande muro, neste muro ela se trancou em seu próprio mundo, um mundo protegido por um muro de irrealidades, um espaço vago no tempo onde só ela estaria, onde ela seria unicamente ela, porém o espaço real que ainda permanecia vivo a sua volta sempre a agonizava com sussurros e risadas daqueles que se mantinham a sua espreita, sedentos por uma presa tão fácil.
Um dia cansada deste lugar a sua espreita, resolveu se mudar para um novo lugar, onde pude-se viver seu mundo sem perseguições, e assim aconteceu.
Neste novo lugar não haviam perseguições, nem lobos a espreita. Nada de sussurros ou risadas cortando o silêncio, mas ainda existia um problema, ela ainda se escondia no seu mundo barrada por seu muro de irrealidades.
No novo ambiente, por mais lúgubre que se torna-se com sua presença, carregava uma luz - de inicio fraca mas que aos poucos foi aumentando. Ela surgia de um garoto, as palavras dele encantavam a todos, a presença dele era indispensável e sua alma era a única que conseguia fazer o muro de irrealidades se abalar, trincar e estremecer. Ela tentou negar, e dizer a si própria que nada acontecia em seu coração, porém o dia em que os olhos dela se encontrou com os daquele garoto, ela teve a certeza, que não poderia viver sem ele, e não temia mais viver. Pondo Abaixo o muro de irrealidades, ele agora seria seu único sonho.

mog :drunken: :drunken: :drunken: :drunken: :drunken: :drunken: :drunken:

http://egocerebral.blogspot.com

16Meus textos Empty Re: Meus textos Qua Mar 14 2012, 20:35

@StreetPreachers

@StreetPreachers

@RenatoStark escreveu:
@StreetPreachers −▲═ escreveu: Era uma vez uma garota que temia viver. Devido a seu medo ela empurrava e endurecia seus sentimentos, transformando-os em tijolos onde ela construía um grande muro, neste muro ela se trancou em seu próprio mundo, um mundo protegido por um muro de irrealidades, um espaço vago no tempo onde só ela estaria, onde ela seria unicamente ela, porém o espaço real que ainda permanecia vivo a sua volta sempre a agonizava com sussurros e risadas daqueles que se mantinham a sua espreita, sedentos por uma presa tão fácil.
Um dia cansada deste lugar a sua espreita, resolveu se mudar para um novo lugar, onde pude-se viver seu mundo sem perseguições, e assim aconteceu.
Neste novo lugar não haviam perseguições, nem lobos a espreita. Nada de sussurros ou risadas cortando o silêncio, mas ainda existia um problema, ela ainda se escondia no seu mundo barrada por seu muro de irrealidades.
No novo ambiente, por mais lúgubre que se torna-se com sua presença, carregava uma luz - de inicio fraca mas que aos poucos foi aumentando. Ela surgia de um garoto, as palavras dele encantavam a todos, a presença dele era indispensável e sua alma era a única que conseguia fazer o muro de irrealidades se abalar, trincar e estremecer. Ela tentou negar, e dizer a si própria que nada acontecia em seu coração, porém o dia em que os olhos dela se encontrou com os daquele garoto, ela teve a certeza, que não poderia viver sem ele, e não temia mais viver. Pondo Abaixo o muro de irrealidades, ele agora seria seu único sonho.

mog :drunken: :drunken: :drunken: :drunken: :drunken: :drunken: :drunken:


O menino iluminado capitou a mensagem *-*

17Meus textos Empty Re: Meus textos Qui Mar 15 2012, 13:24

Renato Luiz

Renato Luiz

"O parque permanecia na penumbra e silêncio. As crianças já tinham ido embora, mas suas risadas pareciam ainda ecoar naquele ambiente. Entretanto, o parque não estava totalmente vazio. Apenas uma figura era visível no escuro, iluminada pela luz fraca e alaranjada do lampião. Era uma mulher. Permanecia sentada no banco, imóvel como uma escultura de mármore branco, semi-oculta pelas sombras. Mas quando se levantou, esguia e elegante, pareceu emitir de si uma luz muito intensa.
Ah! Aquela luz, que a princípio queimou-lhe os olhos, por fim clareou sua mente, de modo sutil, e ele conseguiu enxergar a verdade das coisas. Aquela criatura, frágil e bela, mas humana, tornava-se algo divino diante dele, em uma apoteose deslumbrante e indescritível. Seu semblante resplandescia de pura beleza e bondade. No fundo de seus olhos negros, que pareciam um túnel sem fim, brilhava uma estrela incandescente, emitindo luz e energia. Seu rosto era delicado e harmonioso, um retrato da perfeição verdadeira e absoluta, sublime.... XXXX poderia olhar para ela a noite inteira, durante horas ou dias, até mesmo durante toda a eternidade, e assim, ser a pessoa mais feliz do mundo. Uma emoção muito forte tomava conta do seu corpo, deixando-o lívido e extasiado.
Ela parecia exalar um suave perfume, jamais sentido em pétalas de flores deste mundo. A palidez de sua pele contrastava com os cabelos, negros como o firmamento, que esvoaçavam como se uma eterna brisa os envolvesse. Perfeita em suas formas e contornos, delicada, assombrosamente linda, amedrontadora...
XXX teve vontade de rir, de gritar, e em seguida, quase deixou escapar uma lágrima. Não de tristeza, nem de felicidade, ele não sabia ao certo o motivo. Mas tinha a certeza de estar presenciando algo misterioso e complexo, de estar observando a resposta viva de suas mais profundas indagações. Ele vislumbrou a face de Deus, assistiu à saga do Universo, de sua criação até o fim derradeiro, em um simples lampejo de olhar..."

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18Meus textos Empty Re: Meus textos Qui Mar 15 2012, 13:28

@StreetPreachers

@StreetPreachers

@RenatoStark escreveu:"O parque permanecia na penumbra e silêncio. As crianças já tinham ido embora, mas suas risadas pareciam ainda ecoar naquele ambiente. Entretanto, o parque não estava totalmente vazio. Apenas uma figura era visível no escuro, iluminada pela luz fraca e alaranjada do lampião. Era uma mulher. Permanecia sentada no banco, imóvel como uma escultura de mármore branco, semi-oculta pelas sombras. Mas quando se levantou, esguia e elegante, pareceu emitir de si uma luz muito intensa.
Ah! Aquela luz, que a princípio queimou-lhe os olhos, por fim clareou sua mente, de modo sutil, e ele conseguiu enxergar a verdade das coisas. Aquela criatura, frágil e bela, mas humana, tornava-se algo divino diante dele, em uma apoteose deslumbrante e indescritível. Seu semblante resplandescia de pura beleza e bondade. No fundo de seus olhos negros, que pareciam um túnel sem fim, brilhava uma estrela incandescente, emitindo luz e energia. Seu rosto era delicado e harmonioso, um retrato da perfeição verdadeira e absoluta, sublime.... XXXX poderia olhar para ela a noite inteira, durante horas ou dias, até mesmo durante toda a eternidade, e assim, ser a pessoa mais feliz do mundo. Uma emoção muito forte tomava conta do seu corpo, deixando-o lívido e extasiado.
Ela parecia exalar um suave perfume, jamais sentido em pétalas de flores deste mundo. A palidez de sua pele contrastava com os cabelos, negros como o firmamento, que esvoaçavam como se uma eterna brisa os envolvesse. Perfeita em suas formas e contornos, delicada, assombrosamente linda, amedrontadora...
XXX teve vontade de rir, de gritar, e em seguida, quase deixou escapar uma lágrima. Não de tristeza, nem de felicidade, ele não sabia ao certo o motivo. Mas tinha a certeza de estar presenciando algo misterioso e complexo, de estar observando a resposta viva de suas mais profundas indagações. Ele vislumbrou a face de Deus, assistiu à saga do Universo, de sua criação até o fim derradeiro, em um simples lampejo de olhar..."

Só uma palavra descreve isto, e ela é: P-e-r-f-e-i-t-o.

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